ARTE TUMULAR
Mausoléu dos Chapeleiros,composto por uma faixa estilizada em bronze, com a inscrição: 1881-Sociedade Beneficiente dos Chapeleiros -Fábrica de Chapeus 2 de Julho - João Adolfo. Abaixo aparece um baixo relevo em bronze,ovalado, mostrando a fábrica de chapéus, fixadas numa parede de mármore formando o Mausoléu.
O grande medalhão em bronze mostra a visão panorâmica em relevo da fábrica no Vale do Anhangabaú, na altura de onde está a estação desse nome do metrô. O ribeirão passava por dentro
da fábrica, cuja água era aproveitada para produção do vapor nela empregado. A atual rua João Adolfo situa-se no que foi o interior da chácara em que a fábrica se localizava, nas proximidades do Largo da Memória. A representação contém em detalhes o conjunto da fábrica e é a única imagem abrangente que se tem de uma fábrica paulistana do século XIX. Ela dava fundos para a rua Formosa e a frente estava voltada para o lado do largo de São Francisco e o centro da cidade. No cenáculo do medalhão da década de 80 do século XIX, ainda aparecem, além da fábrica, carroças com tração animal para transporte, um córrego que nascia, no que corresponde atualmente à Ladeira da Memória (Chafariz). O autor da obra foi tão detalhista, que a direita vemos detalhes da plantação de chá de propriedade do Barão de Itapetininga. Nesse local, hoje está o Viaduto do Chá.
O túmulo corporativo é praticamente um documento social sobre as relações de trabalho que o industrial implantou em sua empresa em tempos tão recuados da nossa industrialização. De certo modo, refletiam a estrutura das corporações de ofício, como se ela própria fosse uma dessas corporações, uma forma pré-moderna de organização dos trabalhadores. No túmulo da
LOCAL: Quadra 13 - Terrenos 21 e 22
Fonte: José de Souza Martins, Prefeitura S.Paulo
Fotos: Prefeitura S.Paulo, erbras75 (flickr)
Descrição tumular:HRubiales
MAUSOLÉU DOS CHAPELEIROS
HISTÓRIA
João Adolfo Schritzmeyer (1828-1902) nasceu em Hamburgo, na Alemanha, veio para o Brasil em 1848 e, em 1851, estabeleceu a fábrica de chapéus em São Paulo. A fábrica foi visitada, em 1878, pelo Imperador dom Pedro II. Percorrendo-a, em 1883, o viajante Karl Von Koseritz, dizia que era uma das maiores fábricas do País, onde trabalhavam 132 pessoas com máquinas modernas. Koseritz foi recebido por um genro de
João Adolfo, um pernambucano que falava alemão e morava com a família na própria fábrica. João Adolfo tinha também loja na cidade e chegou a enviar amostras de seus chapéus para os Estados Unidos.
Formatação e pesquisa:HRubiales
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