ARTE TUMULAR

Existe um tipo de arte que poucas pessoas conhecem, a chamada arte tumular. Deixando-se de lado o preconceito e a superstição, encontraremos nos cemitérios, trabalhos esculpidos em granito, mármore e bronze de artistas famosos. É um verdadeiro acervo escultórico e arquitetônico a céu aberto, guardando os restos mortais de muitas personalidades imortais de nossa história.
Este espaço destacará as obras contidas no mais antigo cemitério de São Paulo, o da Consolação, que abriga uma infinidade de esculturas e obras arquitetônicas, que sem sombras de dúvidas, representam um museu a céu aberto, onde a morte se torna um grande espetáculo da vida neste lugar de maravilhosas obras de arte e de grande valor histórico e cultural, através da representação, a simbologia de saudades, amor, tristeza, nobreza, respeito, inocência, s0frimento, dor, reflexão, arrependimento, dá sentido às vidas passadas. No cemitério , a arte tumular é uma forma de cultura preservada no silencio e que não deverá ser temida, mas sim contempladas.



CEMITÉRIO DA CONSOLAÇÃO

FUNDAÇÃO

Foi criado em 15 de agosto de 1858, inicialmente com o nome de Cemitério Municipal. Naquela época, a cidade de São Paulo se resumia no triangulo formado pelas atuais ruas XV de novembro, São Bento e Direita. O resto era só mato, onde dominavam chácaras e plantações. Dos fundos do Palacete do Carmo da Marquesa de Santos, próximo ao Pateo do Colégio, avistava-se a várzea do rio Tamanduatei (Parque D.Pedro I) que serpenteava com as suas águas piscosas muito próximo ao Pateo do Colégio.
Os mortos, era costume na época serem enterrados nas Igrejas e suas proximidades, considerado solo sagrado, o que garantiria que a alma do morto iria para o paraíso. Esse trabalho era de responsabilidade da Santa Casa de Misericórdia, considerado esse um ato de misericórdia final.

Alguns moradores começaram a queixar-se do mau cheiro que começava a surgir em alguns pontos cruciais da cidade, pela falta de espaço para o enterramento dos mortos e aventava-se a hipótese da criação de um local próprio para o enterramento ( cemitério), que ia de confronto direto com a Igreja que era contra. Desde o Século XVIII, médicos ligados a higiene eram contra esse habito, pois afirmavam que isso era muito perigoso à saúde, porem entravam em confronto direto com a Igreja arraigada a crenças e tabus difíceis de serem modificados.

Finalmente, depois de muitos debates, decidiu-se construir o primeiro Cemitério de São Paulo, nos Altos da Consolação, situada depois da várzea do Anhangabaú, perto dos Caminhos das Bandeiras (Ladeira da Memória) e nas margens da antiga Estrada dos Pinheiros. Esse local seria perfeito para o cemitério devido a sua altura, com muitos ventos e bem longe da cidade. Outro fator importante é que a maioria das terras eram de domínio publico e as outrasde chacareiros. O Município se encarregou de adquirir essas terras para realizar a empreitada. A própria MARQUESA DE SANTOS (Maria Domitila de Castro Canto e Mello), além de doar terras, doou uma grande importância em dinheiro para a construção da Capela do cemitério. Foi desse modo, que num terreno de mais de 70 mil metros quadrados, surgiria o primeiro cemitério da Cidade de São Paulo, o da CONSOLAÇÃO.


CEMITÉRIO DOS PROTESTANTES

Em 11.02.1864, foi construído o Cemitério dos Protestantes, para o sepultamento dos acatólicos. Em 12.11.1868, surge o Cemitério da Venerável Ordem Terceira de N.Senhora do Carmo. Fazendo de um modo geral, parte do Cemitério da Consolação.
Poucos lugares despertam tanto sentimentos como o cemitério. Um passeio entre anjos de mármores, esculturas em bronze e cruzes em granito, sentimos no caminho, o envolvimento de um impressionante silêncio, respeito e paz. Paradoxalmente, o Cemitério está encravado bem no Centro da cidade de São Paulo, rodeado por altos edifícios e pelo transito caótico da cidade, fato este que intrigam os visitantes, pois assim que ultrapassam os seus muros, são envolvidos por alamedas arborizadas e o silêncio, onde se esquece da vida, na cidade dos mortos.



25 de mar. de 2009

VISCONDESSA DE INDAIATUBA-Ana G. Pompeo do Amaral-Arte Tumular-Cemitério da Consolação, São Paulo



ARTE TUMULAR
Base tumular em mármore onde se ergue uma delicada escultura feminina semi-nua, com as vestes muito finas colada ao corpo, no puro estilo Art-Nouveau, protegida apenas por um túnica muito fina e esvoaçantes que realça suas formas exuberantes de mulher. A seminudes, torna-se mais importante, porque é sugerida e não mostrada. A figura está com uma das mãos no queixo e a outra apoiada na cruz em relevo que surge da base tumular, que representa estar meditando e inconfomada com o momento de dor. Logo abaixo está lápide que identifica o túmulo e o portal.
AUTOR: Nicolina Vaz de Assis (Campinas, 1874 - Rio de Janeiro, 1941)
LOCAL: Rua 29, Terreno 13
Foto: Zwart1 (flicker)
Descrição tumular: HRubiales

PERSONAGEM
ANA GUILHERMINA POMPEO DO AMARAL, Condessa de Indaiatuba, nasceu em 4 novembro 1824 em Campinas, São Paulo. Ela faleceu em São Paulo, Capital. ANA GUILHERMINA POMPEO DO AMARAL casou-se em 24 junho 1839 em Campinas, São Paulo, com JOAQUIM BONIFÁCIO DO AMARAL, barão e visconde de Indaiatuba (São Carlos, 3 de setembro de 1815 — Campinas, 6 de novembro de1884) que foi um fazendeiro e político brasileiro. Foi líder Partido Liberal, eleito vereador e depois vice-governador de São Paulo.
Fonte: pt.wikipedia.org
Formatação e pesquisa:HRubiales

24 de mar. de 2009

MIGUEL CHEDID JAFET - Obra: Anjo altivo-Arte Tumular-Cemitério da Consolação, São Paulo







ARTE TUMULAR
Base tumular de formato quadrado em granito marrom polido. Da parte central ergue-se uma escultura em bronze de uma figura feminina representando um anjo. Ereta e com os pés juntos e com os braços abertos, coberta com um manto muito fino dando a impressão de uma asa. Mantém a cabeça erguida, olhos fechados, mantendo os longos cabelos jogados para trás. A expressão do rosto é ao mesmo tempo de dor e certa altivez pelo momento, significando vitória.
Escultura de um anjo em bronze sobre a base tumular em granito. A parte frontal inferior com um portal de bronze que dá acesso ao túmelo. Encimando o portal, em letras de bronze, o nome da família.
TÍTULO DA OBRA: Anjo altivo
Fotos: Bed Gasparotto e Simone (picassa)
Descrição tumular:HRubiales

PERSONAGEM
Miguel Chedid Jafet- Industrial
Faltam dados bibliográficos e fotos

FEREIRA MESQUITA 'FAMÍLIA-Obra: Esfige egipcia-Arte Tumular-Cemitério da Consolação, São Paulo.








ARTE TUMULAR
Base tumular em granito natural de formato retangular e linhas reta, suportando uma Esfinge com motivos egipcios, rosto de homem e corpo de leão, representando a força do Faraó. A escultura confeccionada com a formatação de areia, pó preto e cola, desconhecendo-se extamente a técnica usada. Sabe-se que o trabalho escultórico foi executado no próprio local.
LOCAL: Rua 24 - Terreno 18
Descrição tumular:HRubiales

PERSONAGEM
Familia Ferreira Mesquita ( desconhecido)


DAUD CONSTANTINO CURY - Arte Tumular - Cemitério da Consolação, São Paulo






ARTE TUMULAR
Conjunto escultórico em granito negro polido e estatuário em bronze. Duas grandes paredes em granito negro juntam-se anguladas á base de uma cruz que apóia os dois braços sobre a angulação das paredes. Desde a base tumular ergue-se uma sensacional escultura em bronze, formando um cenáculo piramidal. Apresentando inicialmente a representação de uma família composta pela mãe segurando nos braços um bebê, enquanto o pai por trás abraça a mãe e ao mesmo tempo a criança. Logo abaixo, sentado uma figura masculina chora com a mão cobrindo o rosto, ao lado de uma criança que é confortada pelo pai. Desse conjunto figurativo, erguem-se por trás junto a base da cruz, três anjos em extrema dor. Um deles num nível mais elevado destaca-se mostrando as suas asas, enquanto ergue com a mão direita uma guirlanda louros, símbolo da vitória e qua aquela pessoa atingiu destaque na vida.
Todo esse conjunto apóia-se sobre uma base tumular, também em granito negro. Uma porta de bronze dá acesso ao interior.
Fotos: J.S.Mazarro
Descrição tumular:HRubiales
PERSONAGEM
Daud Constantino Cury ( Homs, Syria, 1860 - São Paulo, 1939), escritor e dramaturgo do teatro árabe.
Morreu aos 79 anos de idade.
BIOGRAFIA
Entre os milhares de árabes imigrantes que marcaram sua presença no Brasil, veio o professor, poeta, compositor e dramaturgo Daud Constantino Cury, um dos representantes da literatura árabe. Sua produção literária começou em sua cidade natal, Homs, a terceira maior da Síria, bem antes da sua chegada ao Brasil.

Daud Cury nasceu em 1860, dentro de uma família tradicional conhecida pelos seus estudos e interesses culturais. Ele aperfeiçoou a língua árabe motivado por seu pai, que também o levou a aprender as línguas turca e grega. Ele era apaixonado pela ciência e pela leitura em geral, e mostrou um talento musical no qual foi influenciado pelas músicas turca e grega.

Cury era conhecido não somente por sua genialidade e talento, mas também por sua simplicidade, gentileza, amizade e patriotismo naquela época da história da Síria em que o país era ainda ocupado pelo Império Otomano e enxergava a opressão sobre a liberdade das atividades artísticas.

Professor de matemática e música, passou a lecionar no ano de 1888 nas escolas ortodoxas da cidade de Homs, até que a Turquia resolveu entrar na guerra mundial, em 1914. A partir daí, Cury parou de lecionar e a revista Homs, onde exercia o cargo de editor, foi encerrada. Durante o tempo que ele trabalhava na capital Damasco como funcionário público, teve a chance de conhecer o verdadeiro pai do teatro sírio, Abu Khalil Al-Qabbani, que apreciou o talento de Cury tanto na poesia quanto na música e convidou-o para fazer parte do seu grupo. Com Al-Qabbani, ele conheceu a arte do teatro musical e com o tempo se tornou seu melhor aluno.

Depois que o teatro foi sacado e as autoridades proibiram suas apresentações públicas, Al-Qabbani deixou Damasco para morar em Homs, a cidade de seu amigo Cury, onde permaneceu por um ano. Durante este tempo, Al-Qabbani estabeleceu sua escola, que abraçou vários nomes talentosos, entre eles o de Daud Cury. Depois, resolveu sair da Síria e seguir para o Egito, deixando a nova arte nas mãos dos seus alunos.

Esta paixão pela poesia, música e teatro tornou Daud Cury um dos pioneiros do teatro árabe. Uma das suas peças mais conhecidas foi a adaptação da Géneviève do escritor alemão Ludwig Tieck. Esta peça de Cury teve grande sucesso e foi ensaiada na cidade de Homs em 1891, e mais tarde, em São Paulo, pelos seus alunos. Ele adaptou a história ao criar sua peça utilizando a poesia árabe clássica acompanhada em partes pela música, em acordo com os acontecimentos da peça. Seu talento em citar poesia era de grande importância, pois esta antiga arte do povo árabe ajudou os dramaturgos daquela época a apresentar esta nova ao público.

No ano de 1926, Cury deixou sua terra natal e seguiu para o Brasil, onde se juntou a seus dois filhos. Sua chegada a São Paulo foi celebrada pela comunidade síria. Foi eleito presidente do clube Homs em 1936. Sua poesia sempre carregou a saudade que tinha por sua terra natal, até seu falecimento, quando foi enterrado no Cemitério da Consolação, em 1939. Daud Constantino Cury foi elogiado por sua produção literária e contribuição cultural tanto no Brasil, pela comunidade síria, quanto em seu país, onde deu nome para uma rua na cidade de Homs, em 1953. Sua memória será eterna como um dos pioneiros dramaturgos do teatro árabe.

Fonte: Instituto da Cultura Árabe por Khalid Tailche, mestre em Literatura Árabe (USP)
Formatação e pesquisa: HRubiales

23 de mar. de 2009

DAVID JAFET -Arte Tumular - Cemitério da Consolação, São Paulo












ARTE TUMULAR
Magnifico conjunto escultórico em granito polido marrom e estatuárias em bronze. Construída em formato capelar em dois níveis, o mausoléu na parte inferior e as estatuárias na parte superior. Na parte frontal inferior, pequenos degraus dão acesso a um portal, constituído por uma porta de bronze decorada e em duas folhas e nas laterais uma janela treliçada em bronze. Encimando o portal, destaca-se o nome da familia em letras grande de bronze. Logo abaixo em bronze as palavras: no centro, "honoritas", a esquerda "labor" e a direita, "Familia". Nota-se a ênfase dada a família, trabalho e glória. De cada lado, acompanhando as palavras, erguem-se as esculturas, de um lado um homem batendo com um martelo com uma das mãos e com a outra segurando um alicate, sobre uma bigorna; com o símbolo da siderurgia às suas costas, representando o trabalhados e do outro a esculturas de um pai, tendo a esposa e filho nos seus braços, representando a família e a proteção. Atrás das esculturas ergue-se outra construção em três níveis, com uma cruz latina em relevo no centro.
Fotos: ezerberus.multiply.com/photos/album
Descrição tumular: Helio Rubiales

PERSONAGEM
David Jafet (1888 - 1951)

(A completar)

Reformatado: 02.12.2009

19 de mar. de 2009

BASILIO JAFET -Arte Tumular - Cemitério da Consolação, São Paulo



Vista frontal



Parte da frente superior direita

Parte da frente inferior direita

Parte da frente superior esquerda

Parte da frente inferior esquerda (detalhe)


Parte da frente inferior esquerda


Parte da frente no centro

Detsalhe do busto em mármore

Parte detrás do túmulo (As esculturas se repetem)


ARTE TUMULAR
Magnífico complexo tumular em granito polido marrom escuro, mármore e esculturas em bronze. Olhando-se de frente, o mausoléu é divido em três partes, a central e duas laterais com uma laje suporte inferior e outra superior onde estão alojadas as esculturas. Na parte central inferior, num nicho com pedestal gramado lateralmente, suporta uma escultura do busto de Basílio Jafet em mármore branco. . Na parte superior sobre o busto, apenas uma ramagem estilizada de palma em bronze, que na linguagem tumular significa a gloria e o êxito sobre a morte. Do lado esquerdo no plano inferior há um conjunto escultórico em bronze da família, representado pelo pai, mãe e filhos. No patamar superior, uma escultura em bronze representando três trabalhadores sobre uma bigorna e uma engrenagem industrial representando a siderurgia.
Do lado direito, outra representação escultórica em bronze de uma mulher em alegoria religiosa amparando a mãe e filhos, representando o amparo e a religiosidade da família. Na parte superior, outra escultura de um navio ladeado por um casal representando a imigração.
O interessante deste mausoléu é que a parte detrás se repetem as mesmas esculturas e nos mesmos locais, com três cruzes em bronze representando o cristianismo e logo abaixo um portal de bronze que dá acesso ao interior do mausoléu.
Local: Cemitério da Consolação, São Paulo
Fotos: ezerberus.multiply.com/photos/album, Simone (Picasaweb) e erbras75 (Flickr.com.photos/sall
Descrição tumular:Helio Rubiales

PERSONAGEM 
Basílio Jafet nasceu no dia 21 de setembro de 1866, na pitoresca aldeia montanhosa de Shweir, Líbano, tendo se mudado para Beirute, quando o pai Professor Chedid Jafet Tebecherani assumiu um cargo na Escola Ortodoxa das Três Luas. Como o pai faleceu jovem aos 45 anos, coube à esposa Otroch Faraj Jafet a criação dos filhos Nami, Benjamim, Basílio, Miguel, João e Hala. Seus pais legaram-lhes uma sólida educação, que possibilitou a Basílio deixar o Líbano, em 17 de janeiro de 1888, aos 22 anos, em direção ao Brasil. Na América, buscava as oportunidades e os desafios que o novo continente podia oferecer. Chegou ao Rio de Janeiro, capital do Brasil na época, e começou a trabalhar com o comércio de varejo pelo interior, para depois concentrar suas atividades no atacado. Por onde passava, era muito querido e conseguia arregimentar amigos. Elegante e bem apessoado, tinha o tino comercial dos fenícios no sangue. Mais tarde, antevendo a grandeza de São Paulo, elegeu a cidade como residência e centro de sua vida comercial. Em 1893, seu irmão primogênito Nami Jafet (diretor e professor da Escola das Três Luas) também vem ao Brasil e funda com ele, Benjamim e João a sociedade comercial “Nami Jafet e Irmãos” na Rua 25 de Março. O empreendimento teve pleno êxito e, em 96, mudaram-se para a Rua Florêncio de Abreu, 37, onde os negócios expandiram-se (tecidos, armarinhos e produtos agrícolas como cereais e fumo eram comercializados) e onde, também residiram. Saudoso de sua pátria, Basílio Jafet decidiu visitá-la em 1901, dez anos depois de sua partida. De volta à Beirute conheceu a família de Demétrio Nami Mokdessi. A família ficou muito impressionada com a firmeza de caráter, educação e generosidade daquele homem. Adma, a filha do casal, que se fazia notar pela cultura (falava também o russo) e personalidade marcante, tornou-se sua esposa em agosto daquele mesmo ano. Depois de dois meses em lua de mel pelo Líbano e de um tempo de permanência em Paris, ele voltou ao Brasil acompanhado da jovem esposa que tinha 16 anos na época. Desta vez, para ficar. Tomou a decisão depois de analisar a situação econômica e comercial de seu país. Em 1906, Nami Jafet & Irmãos adquiriram uma grande área de terrenos no bairro do Ipiranga e lá construíram a S. A. Fiação, Tecelagem e Estamparia Ipiranga Jafet, que ocupava uma área de 100 mil metros quadrados, confeccionava 5 milhões de metros de tecidos e construíram 320 residências para as famílias dos operários. A fábrica foi, sem dúvida, a responsável pela pujança e desenvolvimento do Ipiranga. Sua esposa, Adma - também empreendedora e visionária - fundou em 1921 a Sociedade Beneficente de Senhoras do Hospital Sírio-Libanês, que deu origem e até hoje é a mantenedora do Hospital Sírio-Libanês, um dos mais conceituados da América Latina. Queria uma instituição de saúde que atendesse todas as classes sociais sem distinção e “que os ricos pagassem pelos pobres”. Basílio e Adma tiveram duas filhas Violeta e Angela Jafet. Violeta é a Presidente da Sociedade Beneficente de Senhoras - Hospital Sírio-Libanês desde 1960. Violeta teve quatro filhos: Basílio, Beatriz, Denise e Irene. Basílio é um dos Diretores da "Jafet S.A." (antiga Fiação, Tecelagem e Estamparia Ipiranga Jafet), Beatriz é Membro do Conselho Deliberativo, Denise Jafet Haddad e Irene Panelli são diretoras do HSL. Angela faleceu em 2001, deixando as filhas Edméa Jafet (voluntária no HSL), Elisabeth e Edith Cestari (diretora do Ambulatório de Pediatria Social do HSL). Basílio era na essência, generoso e nobre. Seu espírito diplomático tornou-o um grande homem que desfrutava da confiança e respeito da sociedade brasileira, a ponto de ter sido nomeado representante do Presidente da República Washington Luis, em 1928, durante a cerimônia de entrega do monumento que sírios e libaneses ofereceram à nação, por ocasião do Centenário da Independência do Brasil, como preito de gratidão à pátria que os acolheu (o fato teve grande repercussão na sociedade paulistana – pela primeira vez um imigrante libanês representava o presidente da República, impossibilitado de comparecer a uma cerimônia) Ao longo da vida, Basílio recebeu vários prêmios e comendas como a de Cavalheiro da Legião de Honra da França, as medalhas de Mérito Libanês nos anos de 1925 e 27 e ainda, o título de Irmão Benfeitor da Santa Casa. Traçou seu destino com generosidade e conhecia como ninguém a máxima: “Quem dá aos pobres, empresta a Deus”. 
MORTE
Basílio faleceu em 1947, aos 81 anos, deixando a viúva Adma e as filhas Violeta e Angela. Seu corpo foi carregado pelos operários da fábrica e a Rua 25 de março teve as portas comerciais fechadas em sua homenagem durante a passagem do cortejo fúnebre. Em homenagem póstuma a Câmara Municipal de Trípoli, no Líbano, prestou homenagem a família Jafet dando o nome de Avenida Jafet a mais importante e mais larga via da cidade. Em São Paulo, a Câmara Municipal deu o nome de uma via comercial que se chama Rua Cavalheiro Basílio Jafet e, em Choueir, no Líbano, uma das principais vias chama-se Avenida Basílio Jafet. Após sua morte, a família doou à Universidade de São Paulo o Edifício da Escola de Física. Posteriormente, o professorado da Escola, deu o nome de Adma Jafet ao auditório da instituição. A vida de Basílio Jafet e sua obra, deixaram um rico exemplo de determinação, honradez, luta, trabalho e cidadania. 
 Autor: Violeta Jafet 
 Fonte:http://jafetbrasil.com.br/historia-detalhes.asp?ID=12 Basílio Jafet 
Formatação: Helio Rubiales 

17 de mar. de 2009

JOÃO BATISTA RAIA-Obra:Cristo removido da cruz- Arte Tumular - 44 - Cemitério da Consolação, São Paulo







ARTE TUMULAR
Base tumular retangular em granito negro polido com um portal de bronze decorado, encimado com o nome da família. Na cabeceira tumular uma construção também em granito negro polido de formato piramidal com uma escultura em bronze do Cristo morto sendo retirado da cruz. Com a cabeça solta para frente, braços soltos, está traspassado por uma correia por debaixo dos braços. Nota-se que o autor é de grande impacto expressionista, com grande sensação mítica e emocional
TÍTULO DA OBRA:Cristo morto
AUTOR : Galileu Emendabili (Ancona,Itália 1898 - São Paulo 1974
LOCAL: Quadra 25, Terreno 18
Descrição tumular:HRubiales


PERSONAGEM
João Batista Raia
Pesquisa em andamento, não foi possível determinar a biografia familiar

4 de fev. de 2009

SINISCLACHI E 'FAMÍLIA- Obra: Catedral Gótica-Arte Tumular - 43 - Cemitério da Consolação, São Paulo



ARTE TUMULAR

MAUSOLÉU RÉPLICA DA CATEDRAL GÓTICA DE MILÃO
A pedido da Família E.Sinisclachi em 1913, a Marmoraria J.Savoia. conhecida marmoraria de São Paulo, especializada em construção e montagem de monumentos funerários, executou a montagem de uma notável replica miniaturizada de uma Catedral Gótica, ao estilo da Catedral de Milão, na Itália. O monumento é todo em mármore de Carrara vindos da Itália. Esse conjunto arquitetônico mede 12,50 metros de altura, ocupando dois terrenos de números 1 e 2 na rua 37 no Cemitério da Consolação em São Paulo. Os detalhes arquitetônicos que são inerentes a uma catedral gótica, com as suas respectivas torres, sendo a principal a maior e quatro laterais menores ricamente detalhadas. De qualquer ângulo e lado que se vê o monumento mantém rigorosamente as suas características. Na parte frontal, onde se encontra a porta de entrada é o que mais impressiona e caracteriza uma catedral gótica, onde o autor procurou produzir todos os detalhes possíveis. O arco pontudo do goticismo, marca a entrada. Logo acima do arco, um conjunto escultórico de figuras sacras representada na parte central por Cristo, ladeado por quatro outras de cada lado. Mais abaixo, na parte média do arco aparecem outras esculturas, uma de cada lado, como se fossem guardiões do templo. Mais abaixo aparecem outras esculturas ladeando o portal, que infelizmente não escaparam da ação do tempo e provavelmente de vândalos. A autoria de todo esse trabalho ainda é desconhecida.
LOCAL: R.37, T. 1 e 2
Descrição tumular: Helio Rubiales

PERSONAGEM
Família E.Sinisclachi
(Não existem fatos suficientes para biografar)

3 de fev. de 2009

AMÉRICO SAMARONE- Obra: Via sacra-Arte Tumular - 041 - - Cemitério da Consolação, São Paulo












ARTE TUMULAR
Túmulo em granito negro polido em forma retangular com uma cobertura reta. Na parte frontal com dois níveis no granito na parte inferior, uma porta de bronze decorada com o relevo estilizando de S.Miguel Arcanjo com a m~çao direita segurando a espada e com a esquerda junto ao peito em sinal de fé. Encimando o portal as inscrições da família gravados no granito. Ainda na parte frontal inferior, destaca-se um vaso de bronze, que representa a separação do corpo da alma (vaso vazio). O maior destaque desse túmulo encontra-se na parte lateral (dá para a frente da rua), um magnífico relevo em bronze, com cerca de 2 metros de extensão, representando a Via Sacra, destacando quatro estações, caracterizando as duas caidas que Cristo teve no caminho do calvário.
Fotos: rbras75 e Cláudio Zeiger
Descrição tumular: HRubiales

PERSONAGEM
HISTÓRIA
Em 1900 chegou ao Brasil, procedente da Itália, Américo Pachoalino Samarone, que começou a trabalhar na cerâmica de um francês Henri Sacomann que deu nome à regiao do Sacomã. Samarone recebeu promoções até chegar a sócio majoritário da indústria, que funcionou até 1950. Samarone construiu um castelo à margem de um lago, onde atualmente é a Praça Altemar Dutra. O castelo foi derrubado em 1968 e a família perdeu grande parte das terras devido as desapropriações pelo Estado para obras do sistema viário. Na época existia um enorme arco ligando a mansão à estrada do mar, onde atualmente está a favela de Heliópolis.
A indústria que ficava na região onde existe hoje um supermercado. Atrás da cerâmica existia uma enorme lagoa que ficou conhecida como "Buraco da União", e onde morria muita gente afogada. A lagoa foi aterrada pela Prefeitura na década de 1960
A cerâmica funcionou até 1950 e seu proprietário construiu um castelo à margem de um lago, onde atualmente é a Praça Altemar Dutra. O castelo foi derrubado em 1968. A família Samarone perdeu grande parte das terras devido as desapropriações pelo Estado e Município para obras do sistema viário. Naquela época, quando explorava a cerâmica, que ficava no ponto final do "Bonde Fábrica", a família construiu uma creche para os filhos de seus funcionários. Hoje os Samarone estão na quarta geração.
(Há muito poucas informações a respeito da familia)
Fonte: História do Ipiranga e Sacoimã (fragmentos internet)
Formatação e pesquisa:HRubiales

Reformatado: 02.12.2009


2 de fev. de 2009

MAUSOLÉU DOS CHAPELEIROS-Arte Tumular - Cemitério da Consolação, São Paulo






ARTE TUMULAR
Mausoléu dos Chapeleiros,composto por uma faixa estilizada em bronze, com a inscrição: 1881-Sociedade Beneficiente dos Chapeleiros -Fábrica de Chapeus 2 de Julho - João Adolfo. Abaixo aparece um baixo relevo em bronze,ovalado, mostrando a fábrica de chapéus, fixadas numa parede de mármore formando o Mausoléu.
O grande medalhão em bronze mostra a visão panorâmica em relevo da fábrica no Vale do Anhangabaú, na altura de onde está a estação desse nome do metrô. O ribeirão passava por dentro
da fábrica, cuja água era aproveitada para produção do vapor nela empregado. A atual rua João Adolfo situa-se no que foi o interior da chácara em que a fábrica se localizava, nas proximidades do Largo da Memória. A representação contém em detalhes o conjunto da fábrica e é a única imagem abrangente que se tem de uma fábrica paulistana do século XIX. Ela dava fundos para a rua Formosa e a frente estava voltada para o lado do largo de São Francisco e o centro da cidade. No cenáculo do medalhão da década de 80 do século XIX, ainda aparecem, além da fábrica, carroças com tração animal para transporte, um córrego que nascia, no que corresponde atualmente à Ladeira da Memória (Chafariz). O autor da obra foi tão detalhista, que a direita vemos detalhes da plantação de chá de propriedade do Barão de Itapetininga. Nesse local, hoje está o Viaduto do Chá.
O túmulo corporativo é praticamente um documento social sobre as relações de trabalho que o industrial implantou em sua empresa em tempos tão recuados da nossa industrialização. De certo modo, refletiam a estrutura das corporações de ofício, como se ela própria fosse uma dessas corporações, uma forma pré-moderna de organização dos trabalhadores. No túmulo da
LOCAL: Quadra 13 - Terrenos 21 e 22
Fonte: José de Souza Martins, Prefeitura S.Paulo
Fotos: Prefeitura S.Paulo, erbras75 (flickr)
Descrição tumular:HRubiales

MAUSOLÉU DOS CHAPELEIROS
HISTÓRIA
João Adolfo Schritzmeyer (1828-1902) nasceu em Hamburgo, na Alemanha, veio para o Brasil em 1848 e, em 1851, estabeleceu a fábrica de chapéus em São Paulo. A fábrica foi visitada, em 1878, pelo Imperador dom Pedro II. Percorrendo-a, em 1883, o viajante Karl Von Koseritz, dizia que era uma das maiores fábricas do País, onde trabalhavam 132 pessoas com máquinas modernas. Koseritz foi recebido por um genro de
João Adolfo, um pernambucano que falava alemão e morava com a família na própria fábrica. João Adolfo tinha também loja na cidade e chegou a enviar amostras de seus chapéus para os Estados Unidos.
Formatação e pesquisa:HRubiales