PERSONAGEM
Jules-Victor-André Martin (Montiers, França, 1832 - São Paulo, SP, 1906). Pintor, professor, arquiteto, litógrafo e empresário.
Morreu aos 74 anos de idade.
SINOPSE BIBLIOGRÁFICA
Em 1844, ingressa na Escola de Belas Artes de Marselha. Em 1852, vai a Paris, e trabalha por três anos no ateliê de George Schlater.
Chega a São Paulo em 1868, a convite do seu irmão, Pierre, sócio do livreiro André Luis Garraux.
Em Sorocaba, trabalha na empresa de algodão do irmão.
Em 1869, muda-se para a capital, expondo algumas pinturas no -Estúdio de Carneiro & Gaspar e nas Casas Garraux.
Em 1870, abre um curso de desenho e em 1871 monta um das primeiras casas litográficas de São Paulo. Em 1875, sua oficina recebe de d. Pedro II (1825-1891) o título de "imperial litografia".
Em 1877, produz o primeiro Mapa da Província de São Paulo. Apresenta projeto para a construção de um viaduto sobre o Vale do Anhangabaú.
Transfere sua oficina para seu filho, Jules Martin Filho. Em 1880, dedicando-se cada vez mais a trabalhos urbanísticos e arquitetônicos, ganha a concessão para construção do viaduto, o que gera uma série de discussões nos jornais locais. Não consegue construí-lo com recursos próprios, passando a execução à outra empresa.
Esboça, em 1888, o desenho para a futura estátua de José Bonifácio (moço). Em 1892, pautado em seu projeto original, é inaugurado o Viaduto do Chá.
Em 1890, realiza outra planta da capital do estado de São Paulo e seus arrabaldes. Projeta uma Galeria de Cristal (voltada para o comércio no centro da cidade), concluída em 1900. Nesse ano, organiza a Revista Industrial do Estado de São Paulo para ser enviada à Exposição Universal de Paris.
Em 1905, ao lado de Nereu Rangel Pestana e Henrique Vanorden, edita o álbum São Paulo Antigo, São Paulo Moderno: 1554-1904, que inclui fotografias de Guilherme Gaensly (1843-1928).
COMENTÁRIO CRÍTICO
Embora possuísse formação artística, Jules Martin não se consolida como pintor, mas como versátil empresário.
Sua trajetória profissional, desde a sua chegada a São Paulo, é marcada por ambiciosos projetos editoriais e urbanísticos. Quanto aos primeiros, Martin destaca-se pela impressão dos primeiros mapas detalhados de São Paulo - em grande formatos ou de bolso - e de cidades vizinhas em expansão econômica, como Santos. Sua oficina é ainda responsável pela produção de inúmeras peças gráficas que circulam no estado, como São Paulo Antigo, São Paulo Moderno, voltadas à promoção do crescimento urbano e econômico vivido pela cidade desde o fim do século XIX.
Quanto aos projetos urbanísticos, o nome de Martin aparece na idealização de um boulevard que, após sua conclusão na década de 1890, torna-se o primeiro viaduto de São Paulo: o Viaduto do Chá. O projeto original (em estrutura metálica, desmontado em 1938 para dar lugar a um novo viaduto, ainda existente) tem o intuito de facilitar a travessia, à época difícil, do Vale do Anhangabaú, importante local de ligação do comércio, entre o centro velho (Praça da Sé) e o centro novo (Praça da República). Os constantes projetos de sua autoria, mesmo com execução feita por outros, colocam Martin como uma das personalidades mais conhecidas e comentadas em periódicos paulistanos entre os anos 1870 e 1900. Muitas vezes, não por acaso, o Viaduto do Chá é chamado de Viaduto Jules Martin.
MORTE
Fonte: http://enciclopedia.itaucultural.org.br/pessoa23765/jules-martin
http://www.saopauloantiga.com.br/wp-content/uploads/2012/08/julesmartin1.jpg
Fomatação e pesquisa: Helio Rubiales
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