ARTE TUMULAR

Existe um tipo de arte que poucas pessoas conhecem, a chamada arte tumular. Deixando-se de lado o preconceito e a superstição, encontraremos nos cemitérios, trabalhos esculpidos em granito, mármore e bronze de artistas famosos. É um verdadeiro acervo escultórico e arquitetônico a céu aberto, guardando os restos mortais de muitas personalidades imortais de nossa história.
Este espaço destacará as obras contidas no mais antigo cemitério de São Paulo, o da Consolação, que abriga uma infinidade de esculturas e obras arquitetônicas, que sem sombras de dúvidas, representam um museu a céu aberto, onde a morte se torna um grande espetáculo da vida neste lugar de maravilhosas obras de arte e de grande valor histórico e cultural, através da representação, a simbologia de saudades, amor, tristeza, nobreza, respeito, inocência, s0frimento, dor, reflexão, arrependimento, dá sentido às vidas passadas. No cemitério , a arte tumular é uma forma de cultura preservada no silencio e que não deverá ser temida, mas sim contempladas.



CEMITÉRIO DA CONSOLAÇÃO

FUNDAÇÃO

Foi criado em 15 de agosto de 1858, inicialmente com o nome de Cemitério Municipal. Naquela época, a cidade de São Paulo se resumia no triangulo formado pelas atuais ruas XV de novembro, São Bento e Direita. O resto era só mato, onde dominavam chácaras e plantações. Dos fundos do Palacete do Carmo da Marquesa de Santos, próximo ao Pateo do Colégio, avistava-se a várzea do rio Tamanduatei (Parque D.Pedro I) que serpenteava com as suas águas piscosas muito próximo ao Pateo do Colégio.
Os mortos, era costume na época serem enterrados nas Igrejas e suas proximidades, considerado solo sagrado, o que garantiria que a alma do morto iria para o paraíso. Esse trabalho era de responsabilidade da Santa Casa de Misericórdia, considerado esse um ato de misericórdia final.

Alguns moradores começaram a queixar-se do mau cheiro que começava a surgir em alguns pontos cruciais da cidade, pela falta de espaço para o enterramento dos mortos e aventava-se a hipótese da criação de um local próprio para o enterramento ( cemitério), que ia de confronto direto com a Igreja que era contra. Desde o Século XVIII, médicos ligados a higiene eram contra esse habito, pois afirmavam que isso era muito perigoso à saúde, porem entravam em confronto direto com a Igreja arraigada a crenças e tabus difíceis de serem modificados.

Finalmente, depois de muitos debates, decidiu-se construir o primeiro Cemitério de São Paulo, nos Altos da Consolação, situada depois da várzea do Anhangabaú, perto dos Caminhos das Bandeiras (Ladeira da Memória) e nas margens da antiga Estrada dos Pinheiros. Esse local seria perfeito para o cemitério devido a sua altura, com muitos ventos e bem longe da cidade. Outro fator importante é que a maioria das terras eram de domínio publico e as outrasde chacareiros. O Município se encarregou de adquirir essas terras para realizar a empreitada. A própria MARQUESA DE SANTOS (Maria Domitila de Castro Canto e Mello), além de doar terras, doou uma grande importância em dinheiro para a construção da Capela do cemitério. Foi desse modo, que num terreno de mais de 70 mil metros quadrados, surgiria o primeiro cemitério da Cidade de São Paulo, o da CONSOLAÇÃO.


CEMITÉRIO DOS PROTESTANTES

Em 11.02.1864, foi construído o Cemitério dos Protestantes, para o sepultamento dos acatólicos. Em 12.11.1868, surge o Cemitério da Venerável Ordem Terceira de N.Senhora do Carmo. Fazendo de um modo geral, parte do Cemitério da Consolação.
Poucos lugares despertam tanto sentimentos como o cemitério. Um passeio entre anjos de mármores, esculturas em bronze e cruzes em granito, sentimos no caminho, o envolvimento de um impressionante silêncio, respeito e paz. Paradoxalmente, o Cemitério está encravado bem no Centro da cidade de São Paulo, rodeado por altos edifícios e pelo transito caótico da cidade, fato este que intrigam os visitantes, pois assim que ultrapassam os seus muros, são envolvidos por alamedas arborizadas e o silêncio, onde se esquece da vida, na cidade dos mortos.



20 de jan. de 2009

LÍBERO BADARÓ -Arte Tumular - 007 -Cemitério da Consolação, São Paulo














ARTE TUMULAR

Base tumular em mármore branco, composta por duas bases no piso formando dois degraus, onde se eleva a base tumular retangular com um tampo na superfície. Na cabeceira tumular, ergue-se uma construção composta por dois pilares laterais com uma cobertura, formando um nicho. Dentro, um alto relevo circular da imagem do jornalista e médico, envolto por um circulo, representando a glória; ainda abaixo, estão as suas inscrições gravadas no mármore. Na parte superior, uma cobertura em forma de capitel suporta um vaso coberto por uma manto, representando que foi coberto pela tristeza.
LOCAL: Rua 17, terreno 8, Cemitério da Consolação
Fotos: Roberta Zouain e Simone (picasa)
Descrição tumular: Hrubiales
007


PERSONAGEM
Giovanni Battista Libero Badarò (Laigueglia, 1798 — São Paulo, 21 de novembro de 1830) foi jornalista, político e médico italiano radicado no Brasil.
Morreu aos 32 anos de idade.
BIOGRAFIA
Badaró frequentou as universidades de Turim e Pávia, onde formou-se em medicina. Ainda na Europa, publicou algumas obras técnicas, versando sobre fisiologia, zoologia e botânica.
Junto a outros médicos italianos, dentre os quais Cesare Zama de Faenza (pai do futuro tribuno César Zama, e que também teve um fim trágico), veio para o Brasil, em 1826. Em 1828 se radicou na cidade de São Paulo, onde clinicava e dava aulas gratuitas de matemática.
Defensor do liberalismo, fundou e redigia o jornal O Observador Constitucional, surgido em 1829, impresso na tipografia do O Farol Paulistano, a princípio sob a direção de Badarò e Luís Monteiro d'Ornelas e, depois de meados de 1830, sob a direção exclusiva do primeiro. O jornal liberal, tinha feição moderada, como a que Evaristo da Veiga imprimia no Rio de Janeiro à Aurora Fluminense. Como esse, granjeara em pouco tempo grande divulgação, que lhe garantia a malquerença dos absolutistas.
Comentou os acontecimentos da revolução de 1830, em Paris, notícia chegada ao Rio de Janeiro em 14 de setembro; a Revolução dos Três Dias - em que Carlos X fora destronado em julho passado - exortando os brasileiros a seguirem o exemplo dos franceses. Em sua obra, Armitage diz: O choque foi elétrico. Muitos indivíduos no Rio, Bahia, Pernambuco e São Paulo iluminaram suas casas por esse motivo. Excitaram-se as esperanças dos liberais e o temor dos corcundas, e estas sensações se espalharam por todo o Império por meio dos periódicos.
Em São Paulo, os estudantes do Curso Jurídico tomaram a iniciativa. «Luminárias, bandas de música e mais demonstrações de alegria praticadas pelos habitantes de São Paulo pelo derrubamento do governo tirano e anticonstitucional da França», conforme parecer da Comissão de Constituição da Câmara (como consta de seus Anais, 1830, tomo II), assumiram para o ouvidor Cândido Ladislau Japiaçu feição de atos criminosos e o levaram a processar alguns manifestantes, de preferência jovens estudantes. O O Observador Constitucional abriu campanha em favor dos acusados e atacou Japiaçu, chamando-o Caligulazinho. A linguagem era viva e enérgica, mas não justificaria o desfecho violento.
MORTE
Em 20 de novembro de 1830, às 10 horas da noite, quando voltava para sua casa, na rua de São José (hoje rua Líbero Badaró), o jornalista foi interpelado por quatro alemães a pretexto de lhe entregarem uma correspondência contra o ouvidor Japiaçu e, porém recebeu deles uma carga de bacamarte, caindo mortalmente ferido.
Fonte:Wikipédia
Formatação e pesquisa: HRubiales

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